Dizer não a ser inteira nesta ferida,
Negar-me a preencher o casulo da culpa com o meu corpo,
Recusar deixar crescer o medo até ocupar todos os lugares dentro de mim.
Porque eu não sou a ferida, nem a culpa nem o medo.
Eu não sou a doença, só que por vezes acredito que o que sinto é do tamanho do que sou.
E há um palco muito maior no meu ser.
Se eu me partir, ou me abrir como um harmónio… descubro o que sou soterrado em mentiras.
Eu não sou a doença. Eu sou a cura, só tenho de começar a acreditar.
Há em cada coisa aquilo que ela é e que a anima. Na flor, não é o amarelo das pétalas. No pequeno insecto, não é o barulho das asas.
Em mim, não é o que sinto… é o que acredito ser.