Hoje vi uma árvore de aloe vera enorme, crescida em todo o seu esplendor, na plenitude das suas possibilidades. Pensei como, erradamente, via o Aloe Vera como um cacto robusto de jardim, orgulhoso mas pequeno. E afinal, como cresceu, sem que lhe emasculassem a força viril, sem que lhe aprisionassem a semente vital ou lhe limitassem os movimentos. Ou mesmo, tendo ele próprio tomado conhecimento da sua verdadeira natureza, ousasse ele crescer, estendendo as suas cores, a sua robustez, o seu desafio à morte, à mediocridade e à escassez, debaixo do céu estrelado ou do sol ardente.
Quantos de nós acabam por ser arbusto de jardim, quando, cá dentro, somos árvores emancipadas de força, de altura que rasga o céu e aponta aos astros. Quantos de nós negam em si, as suas possibilidades infinitas, deixando que determinem os outros e nós mesmos, ilusórios limites de espaço, de propósito, de capacidade. Somos nós que deixamos ou que nos fazemos pequenos. Somos nós que abortamos estrelas, que não acreditamos que cada um, terá afinal, uma super nova para nascer.
Olhemos para nós como possibilidades… Como sementes lançadas ao vento, prontas a serem acolhidas, nutridas ou, desgraçadamente, abafadas em pedras, soterradas em terra rala, asfixiadas numa sede e numa fome nunca saciadas.
Sejamos o que podemos ser, em toda a medida.
Somos um sonho que se ergue em duas patas.
Que o deslumbramento não acabe nunca.
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