Coração vezes infinito

A demanda pelo controlo da mente é a maior e a mais difícil batalha do homem sobre a terra. Da mente, consciente e inconsciente, emerge a criativa realidade que vivemos e todos os castelos e estátuas que erigimos às circunstâncias selvagens. O pensamento como força brutal que comanda as marés do maior oceano do mundo. É preciso coração bravo para manter as rédeas deste cavalo louco. E o que fazer quando somos três ou quatro vezes coração para uma mente teimosa e errante? Eu sou muito coração, tanto, que transborda e sente tudo tão profundo, que custa respirar, olhar a bússola e encontrar o norte.

É verdadeiramente pecado amar demais. Mas é preciso colocar o Grande Amor em tudo. E é preciso vigiar a mente com a frieza de soldado à atalaia na noite escura. Onde está o equilíbrio? Onde está o fio condutor a que nos agarramos e balançámos perigosamente no penhasco?

O Grande Amor deixa-me em desorientada no mapa da mente. Coloco a capa deste sentimento grandioso e, por vezes, não consigo enxergar a verdade sobre mim mesma. Tenho de manter olhos, ouvidos, mãos e algum coração abertos, observar-me e mudar de dentro para fora…

Ser a noz que se guarda até o interior estar macio e uniforme, força amorosa e solar para se expor ao mundo.

É grande o trabalho para os que sofrem deste coração transbordante. Não perder a ternura e não me perder no Caminho.

É verdadeiramente pecado amar demais. E eu não sei amar de outra forma. Então tenho de domar este potro louco com a rédea que me coube em sorte. E ter esperança.