Podia ser a primeira noite, os olhos a abrirem-se para o alto
E minúsculos pontos de luz cintilavam como se fossem sinos.
Era uma estrela, e passeava o brilho na minha Alma,
Como um luar cálido e branco que entra na janela.
Podia ser o primeiro dia,
E milhões de gotas de orvalho forçavam o desabrochar da flor.
Como um fruto suave cuja casca fende ao mais leve toque.
Podia ser a primeira mulher,
E tu o primeiro homem,
Nos primeiros dias e noites juntos.
E dávamos a mão à nossa criança,
A mais frágil e a mais amada das criaturas,
Porque tudo o que começa tem uma magia ancestral,
E move os nossos corações, como mais nada os faz bater.
Podíamos ser os primeiros, ou os últimos.
Mas os únicos, nesta noite escura, que cintila como uma supernova a nascer.
Não morreremos nunca, companheiro.