Dias preguiçosos nas colinas, tantas
Flores amarelas e roxas, em pequeninos
Botões alteando-se ao sol, cheiros
Inebriantes de mata e de liberdade.
Elas voavam felizes, as borboletas
Asas de tantas cores, como as flores,
Como a nossa felicidade, pequenina,
Plena. Perfeita. E breve.
E caçávamos borboletas aos supetões,
Que batiam, frenéticas, as asas
E nas barrigas pulsavam, a compasso
Sem ritmo, sem nome, mas imenso
Em perpétuo movimento.
Ah a felicidade assim, livre
O prazer de senti-la nas mãos,
Para de seguida a soltar, aos elementos
E às outras coisas do mundo natural.
Assim devia ser tudo, a felicidade
Como as borboletas.