Há sempre tempo para olhar o mundo.
Há formigas que levantam mil vezes o seu peso numa pequena folha.
Há pedras grandes e lisas como a lua.
Há praias de infinitos grãos de areia.
Há ondas que se desfazem com violência apaixonada sobre as rochas.
Há ventos suaves que cheiram a comida quente das avós.
Há tempo longínquo e tempo que ainda está por vir.
E há este amor novo e eterno, como um pequeno pássaro no peito, um bater de asas tão rápido, que parece que se imobiliza sobre as flores.
Há sempre tempo para sentir este amor, uma força inominável.
Quero falar, mas são palavras.
Quero gritar, mas é apenas barulho.
Quero mostrar, mas é apenas um gesto obscuro.
Então, vou deixar-me somente sentir. E, sentindo, é como se uma estrela nascesse aqui no meu peito sempre que inspiro, e outra estrela implodisse no meu íntimo quando expiro. É um Amor sem nome, é uma força sem tempo nem espaço.
E agora, quando me deixo aqui na esquina do mundo a contemplar os que amo, sei o que Universo me olha na sua consciência omnipresente. E eu sou esmagada pela verdade impossível de existir.
É Amor, é o Big Bang no meu coração, uma e outra vez.