Folheava um livro e encontrei este texto, escrito por mim há uns seis meses atrás. Ainda me surpreendo comigo, pois o papel absorvia o que sentia antes mesmo de eu ter consciência dos meus sentimentos.
Está escrito a fogo no meu caderno invisível. É simples e verdadeiro.
Estou na margem do lago.
À volta, pequenas pedras, algumas largas e outras estreitas,
Espalham-se junto à água.
Ergo a cabeça:
Estendem-se as árvores até ao azul do céu.
A terra parece engolir o sol.
Cheira a pinheiro, a verde e à frescura da água.
Estou só. Respiro mais uma vez e fica tudo cá dentro:
as árvores, a água, o cântico das coisas.
Não quero, não desejo, não espero.
E apenas por um momento, sou livre.