Breve poema de amor desastrado

Palavras de amor escritas em papéis manchados de café
Beijos roubados aos cantos dos olhos e à ponta do nariz
Pés calcados na dança mais bebêda da noite, no alto luar
Mãos que se tocam debaixo das mesas, a coberto da luz
Amores de desastre, aos trambolhões nas ruas sinuosas
Sem horizontes limpos, nem campos verdes sem fim.
Amor nas rochas, nas veredas, nos penhascos, na lama
Amor sem medida, sem nexo, sem melodia
Desbravado como bandeiras rasgadas, mais altas
Aos borbotões, arranhado na pele, gravado a fogo no coração.
Amor com tempestade nos gestos, com intempérie nos sentidos.
Amor porque sim, sem pensar onde, nem como, nem porquê.
Amor hoje e amanhã. Mesmo que por um segundo.
Amor já, que anoitece cá dentro e faz frio sem ti.

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