Não quero nunca esquecer onde estivémos, os dois.
Lá, no jardim, dos silêncios
Lá, na beira da estrada, de mãos dadas,
A nossa sombra derrubada no chão, tremeluzente no calor.
Lá, na cama, nos lençóis remexidos, na descoberta de
Nós, à janela, a ver a luz a brincar nos prédios,
E os outros, ao longe.
Nós, nos sonhos invencíveis, na lua e em marte,
Eu tinha as palavras, tu tinhas o sorriso.
Só o tempo era nosso. O resto era para depois.
Não quero nunca esquecer onde estivémos.
Mas tenho de lhe largar a mão.