A tristeza discorre do Ser como uma pequena nascente água fresca, que irrompe a terra num diminuto mas audaz movimento. Ninguém sabe desta minha tristeza; tal como ninguém conhece a pequena nascente de água, só o solo mais próximo e as plantas mais rasteiras sabem da sua presença e do seu efeito. Só elas bebem do seu sentimento melodioso, do seu correr ininterrupto, que inunda, tímido, o incauto coração. A tristeza de todas as coisas abortadas, de todas coisas que eram para Ser e morreram antes de florescer em abundância. A dor do que não foi, mas sonhámos ser, imprime na Alma como a pequena corrente no solo – devagar e inexoravelmente – e deixa uma fenda na terra. Vista do céu, esta tristeza, nada mais é, do que um poça de água insalobra, enlameada e com com folhas mortas à superfície. O verdadeiro milagre, é que se deixarem correr a tristeza livremente, como um fluxo de lágrimas insignificante, ao fim de algum tempo, o solo irá multiplicar-se em verde e em vida. E alma voltará a brilhar, limpa como a natureza depois da chuva. O segredo é deixar correr a água; o milagre é deixar morrer a tristeza. A força está em permitir-se deixar partir, para ficar o que um dia irá fluir como a maior de todas as cascatas.
Ola
Estou neste momento a ve-la no Big Picture
Achei-a muito simpatica e quando ouvi que tinha um blog, apos breve pesquisa aqui estou.. Fiquei curioso quando disse que escrevia poesia. Ainda nao li nada mas prometo dar uma olhada. Oh,espere… que pena ter perdido!
Aceite um beijo, é uma mulher belissima
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Obrigada, Manuel S. pelas simpáticas palavras! Escrever é o meu bálsamo, o meu encontro e a minha arte. Feliz por poder partilhá-lo.
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